/dev: Iniciando a AVM do Udyr
Oi, pessoal! Hoje temos novidades sobre a atualização do Campeão que vocês escolheram para receber uma AVM no início do ano: o Udyr! Temos compartilhado a evolução do nosso trabalho em todas as últimas AVMs e, além de vocês terem gostado bastante, recebemos ótimos feedbacks com tempo suficiente para acertarmos a direção do projeto. Todo mundo saiu ganhando!
Antes de nos aprofundarmos, vamos relembrar a razão de termos escolhido o Udyr e quais são nossos objetivos. Udyr foi para a lista de AVM por ser um dos Campeões com o visual mais desatualizado do jogo. Além disso, a mecânica de jogo dele tem mais de uma década de idade, algo BEM perceptível (diferentemente do Lee Sin, por exemplo, que continua bem atualizado depois de todos esses anos).
Pensando nisso, nossos principais objetivos para a atualização do Udyr são…
- Preservar a mudança de posturas e mantê-lo como um Campeão focado em ataques básicos/corpo a corpo. Achamos que isso é o que torna o Udyr único e o destaca no elenco de Campeões. Para que sua mecânica de jogo fique mais moderna, queremos priorizar suas posturas de dano e padrões de golpes corpo a corpo para aprofundar a jogabilidade, além de deixar mais claro quando ele estiver fazendo alguma coisa maneira (já que, no momento, ele não tem uma mecânica de jogo com momentos emocionantes).
- Queremos elevar a aparência do Udyr para os padrões atuais do LoL e deixar a temática de xamã guerreiro intacta. Nosso objetivo é usar sua aparência como base, e não a reinventar.
- Quanto à narrativa, queremos aproximar a representação do Udyr dentro do jogo da sua representação na história mais recente, fortalecendo o vínculo dele com Freljord.
Dito isso, três dos nossos desenvolvedores que estão trabalhando atualmente no projeto falarão um pouco mais sobre os designs de mecânica de jogo, de arte e de narrativa.
Troca de Posturas
Stash "Stashu" Chelluck, designer de mecânica de jogo:
Olá! Aqui é o Riot Stashu e quero falar um pouquinho sobre o desenvolvimento da mecânica de jogo do nosso xamã parte homem, parte urso e parte fênix.
Fiquei animadíssimo quando recebi a atualização do Udyr porque nós temos muuuita história juntos. Já jogo LoL há mais de uma década, mas lembro como fiquei animado quando li pela primeira vez sobre o kit do Udyr na Loja, muitos anos atrás. Como assim existe um personagem completamente corpo a corpo e sem ultimate?! Que loucura! Fiquei muito curioso e comecei minha jornada de dança das posturas logo em seguida. Primeiro, aprendi como jogar na selva com o Udyr fênix, mas logo depois fui para a rota superior e adorava conseguir o First Blood em cima dos meus adversários inocentes com uma combinação cruel de Poção de Vida + Postura do Tigre logo no início. Depois de um tempo, passei a jogar com Campeões que tinham mais cartas na manga, mas o Udyr e eu nos divertimos durante muito tempo e ele sempre terá um cantinho especial no meu coração.
Desde a chegada do Udyr, parece que tudo no LoL mudou e, de alguma forma, seu estilo clássico conseguiu sobreviver. Mesmo hoje, no mundo mais acelerado, maior e mais assustador, com longos alcances, esse xamã continua firme e forte, competindo contra os melhores com seu kit extremamente simples. Sua popularidade variou ao longo dos anos, mas ele sempre foi usado por uma boa parte da comunidade do LoL, pronto para dançar com suas posturas e atacar violentamente os inimigos no Rift (inclusive recentemente, depois de arrasar no cenário competitivo).
Então... o que quero dizer é que, embora seu estilo de jogo corpo a corpo e bem direto não seja do agrado de todo mundo, está provado que sua mecânica de jogo sobreviveu à passagem do tempo. Ele construiu um nicho consistente para si, então planejamos preservar o Udyr que tanto amamos nessa AVM. Vocês devem imaginando: se ele é tão bom assim, por que estamos atualizando essa mecânica de jogo? Bem, acreditamos que o Udyr tem uma essência poderosa, mas ele pode melhorar em duas áreas:
Variedade/Momentos Épicos: o ritmo de jogabilidade é muito consistente a partir do momento em que ele atinge o nível 2. Sem ultimate, sem outras opções de grande poder e com uma Passiva que diz "nunca pare de conjurar habilidades", o Campeão está sempre atacando com habilidades de baixo/médio impacto e não alcança aqueles momentos eletrizantes que outros Campeões conseguem produzir. Queremos ter um pouco desse elemento e proporcionar situações em que as pessoas possam vê-lo realizar algo mais visualmente incrível e poderoso.
Execução Temática: a temática "xamã, artista marcial e animal" é muito interessante de forma isolada, mas não se conecta com Runeterra de maneira satisfatória. Afinal, se o Udyr consegue canalizar os maiores poderes espirituais de Freljord, por que ele escolhe invocar uma tartaruga e um macaco? Claro que não tem nada de intrinsecamente errado com esses animais e queremos que ele permaneça fiel sempre que possível, mas achamos que, com alguns ajustes, será possível vinculá-lo de maneira muito mais emocionante ao mundo que o cerca e às pessoas que lutam por ele. A mecânica de jogo abraçará qualquer mudança temática que implementarmos, fazendo com que o Udyr consiga se destacar.
Resumindo: a atualização da mecânica de jogo do Udyr priorizará: acrescentar variedade (e momentos épicos) e proporcionar uma temática mais consistente (acompanhem a seção de narrativa para saber mais). Sabendo disso, conversei com o restante da equipe de design sobre a essência do Campeão e decidimos tentar preservar os seguintes aspectos:
- O kit dele tem quatro habilidades básicas que trocam as posturas (sem ultimate).
- Ele não tem habilidades de mira/longo alcance nem avanços significativos (é completamente corpo a corpo).
- Ele pode causar e/ou resistir a muito dano, dependendo da itemização.
- Ele pode maximizar posturas diferentes e jogar de formas diferentes (Tigre x Fênix).
Com essas grandes decisões definidas, começamos a trabalhar. Como isso foi aplicado na prática? Bem, a equipe debateu diversas maneiras de elevar os momentos épicos. Chegamos a algumas ideias, como: o Udyr receber um grande fortalecimento permanente com base em qual postura for maximizada primeiro, ter duas posturas ativas ao mesmo tempo, ter uma ultimate que o transforme em um avatar da postura que estiver ativa no momento e muitas outras ideias.
Depois de muitos vetos e discussões, ficamos contentes com uma versão em que ele ainda tenha um conjunto semelhante de quatro posturas, mas que ocasionalmente possa usar uma "superversão" de cada postura.
A ideia original desse kit era que o poder das posturas aumentasse passivamente enquanto elas não fossem usadas, deixando-as SOBRECARREGADAS se não fossem conjuradas por alguns minutos e realizando algum efeito especial e mais poderoso. A equipe ficou animada com a ideia de uma postura "esquecida" ser digna de ser conjurada, então fizemos alguns testes. Os resultados foram variados: controlar esse fortalecimento era estranho e ia na direção oposta do que estamos acostumados, mas ter esse poder e usar uma superversão da postura era bem empolgante!
Depois de muitas iterações e variantes de "superposturas", encontramos algo interessante para trabalhar. Hoje, estamos trabalhando com kits em que o Udyr pode reconjurar a postura ativa para usar uma superversão dela (com um Tempo de Recarga). Ainda estamos consideraremos outras ideias, mas aqui está o Udyr conjurando e reconjurando algumas posturas (experimentais):
A segunda barra de recursos indica o Tempo de Recarga da reconjuração, que foi reduzido drasticamente para essa captura.
(E sim, tem um disparo de precisão ali. Experimentamos quebrar algumas das regras essenciais do Udyr; é bom para testar nossas suposições e ver se são mais restritivas do que úteis. Nesse caso, a limitação de "completamente corpo a corpo" nos pareceu correta, então decidimos mantê-la.)
Meu próximo plano é explorar os limites das superposturas. Devemos deixá-las como simples aprimoramentos da postura base ou tratá-las de forma diferenciada? Quais são os efeitos mais loucos que podem ser adicionados como fortalecimentos? E por aí vai.
Por enquanto, é isso que temos para falar! Não se esqueçam: ainda estamos na fase em que quase tudo pode mudar, mas estou otimista e acredito que estamos no caminho certo. Obrigado por lerem! Estou muito feliz em poder dividir com vocês o que fizemos até agora!
Ligando o modo “Fera”
Justin "RiotEarp" Albers, artista conceitual:
O Udyr já está com a gente há um bom tempo — e viu MUITA coisa acontecer no mundo de Runeterra. Ele é um Campeão único no nosso elenco por causa do imenso poder espiritual que consegue canalizar em combate, algo que exige extrema disciplina. Mesmo assim, a aparência inicial dele é bem orgânica, primordial e, de certa forma, quase humilde, como a de um monge. Sem essa de armaduras pesadas, membros adicionais, chifres de demônio nem qualquer coisa do gênero; apenas aquela confiança selvagem e pronta para a batalha que somente alguém de Freljord tem.
Desde os primeiros conceitos que compartilhamos em abril, nossa equipe tem se concentrado no Lutador da Montanha, no Druida Selvagem e no Xamã das Artes Marciais, e estamos ainda mais confiantes desde que vocês demonstraram que curtiram essas opções. A gente ainda pode usar alguns conceitos iniciais como inspiração para a skin Guardião Espiritual, como o Invocador de Divindades. Para o Udyr base, a gente quer priorizar a impressão de lutador corpo a corpo, já que, no final das contas, ele ainda ataca os inimigos de forma física. A skin Guardião Espiritual é mais voltada para o reino espiritual (não me diga), então podemos brincar bastante com aspectos visuais de energia espiritual nela, e ambas poderão ter seu próprio espaço.
Com a direção do personagem base definida, decidi explorar como representar a energia animal espiritual que ele canaliza.
Pensando nisso, meu objetivo foi organizar a temática em três pilares visuais (pelo menos na minha cabeça, pra poder entender bem hierarquia temática dele):
- Xamã primordial freljordano: identificado pelas galhadas, pelo cabelo comprido e pelas penas/ornamentos no cabelo.
- Poderoso lutador corpo a corpo que canaliza espíritos de animais: o ponto central aqui é o tipo de corpo — forte, mas não definido; musculoso, mas não fisiculturista; com faixas simples de lutador nas mãos/punhos, deixando espaço para representar o animal canalizado nos braços, enquanto os chifres representam o elemento correspondente (eletricidade, fogo etc.).
- Andarilho espiritual errante: suas viagens a Ionia lhe proporcionaram a disciplina necessária para aperfeiçoar esses poderes e fortalecer sua ligação com o reino espiritual (colar de contas, cinto de cordas ioniano, tatuagens/símbolos).
Vou ser o primeiro admitir que o cabelo do Udyr estava um pouco estranho na primeira divulgação, e muitas pessoas apontaram isso! Eu queria dar a ele um estilo mais limpo, quase como se fosse um personagem de um jogo de luta, para simbolizar suas habilidades de combate corpo a corpo, mas ao fazer isso me afastei demais do estilo de xamã e de andarilho. Ele anda pelas florestas, não pelas ruas, então exploramos algumas opções mais condizentes com o estilo de vida de um homem selvagem.
Ao refinar seu design geral, pensamos que seria muito maneiro e ainda mais especial se o Udyr tivesse tatuagens dos animais dos quais canaliza energia espiritual. As galhadas na cabeça destacam sua silhueta e dão um visual universal de xamã. Apesar de termos testado algumas versões com galhadas nos ombros, elas pareciam mais uma armadura e eram muito menos interessantes do que quando estavam em torno da cabeça, então precisei trabalhar em como elas seriam colocadas ali. Além disso, ele é um cara cabeludo!
No próximo passo, vamos decidir como será cada postura. Queremos fazer com que cada uma delas represente o máximo possível da sensação de poder e dos animais freljordanos. Ainda temos um longo caminho pela frente, mas queríamos contar para onde estamos indo!
Encontrando a voz (as vozes?) do Udyr
Dana Luery "griddlebones" Shaw, escritora de narrativa:
Uma das primeiras coisas que a equipe discutiu quando começamos a trabalhar no Udyr foi que ele já tem uma história bem maneira. Os contos escritos pelo SkiptomyLuo “Caminhada com as Vozes” e pelo WAAAARGHbobo “Silêncio para os Amaldiçoados”, retrataram um homem em conflito com espíritos, humanos, animais, deuses e, sobretudo, consigo mesmo. É um homem que luta para se equilibrar entre a linha tênue do instinto animal e a da maestria experiente, entre o mundo físico e o dos espíritos, entre vínculos avassaladores e o isolamento gélido. Ele vive num interessante espaço intermediário, onde todas essas partes dele estão em conflito. Ainda assim, conseguiu descobrir o equilíbrio nesse conflito, encontrando-se entre as incontáveis vozes alheias.
Pra mim, o Udyr não é um Campeão que precisa de um rework, e sim de apenas uma atualização.
Não mudaremos muito as histórias dele, mas vamos nos aprofundar ainda mais em quem ele é, como sua mente funciona, como suas habilidades funcionam, suas motivações, a razão de ele lutar da forma como luta e como se dá sua conexão com Freljord. Quero destacar a ideia de "equilíbrio em meio ao conflito", com a crença dele de que Freljord prospera na dificuldade, nos obstáculos, no combate, e que a paz seria sua verdadeira perdição. Quando o Udyr luta, ele busca manter o equilíbrio de Freljord pelo uso de duas origens de força e tensão — a destreza física e o poder espiritual.
Mas, se ele luta por Freljord, com os espíritos da região gélida ao seu dispor, as posturas que utiliza atualmente não transmitem isso. Grande parte das suas habilidades atuais estão vinculadas a animais que mais parecem ionianos, o que faz sentido, já que ele passou muitos anos treinando por lá. Contudo, ele cresceu na tundra, está extremamente familiarizado com as paisagens e necessidades dessa região mística, e voltou para sua terra natal. Não seria a hora de as habilidades refletirem seu lar e sua tradição?
Estamos explorando algumas opções, mas a que acho mais atraente é a de vincular as habilidades do Udyr aos espíritos mais poderosos do norte: os semideuses. Volibear, Anivia, Ornn e... vocês sabiam que existem outros? Na história, temos pelo menos mais dois. O Udyr não usaria os poderes deles diretamente (o conto (“Silêncio para os Amaldiçoados” ilustra como isso é uma má ideia. O Volibear, por exemplo, pode exercer controle sobre quem ousar provocar seus poderes), mas talvez os animais que mais se assemelhem aos semideuses estejam envolvidos nas energias espirituais deles e possam conceder suas forças aprimoradas ao Udyr.
E, embora os semideuses sejam as criaturas mais poderosas de Freljord, não são necessariamente as criaturas mais poderosas em Freljord. Esta estariam muito abaixo do gelo, sob os olhos vigilantes do mesmo povo que aniquilou a tribo do Udyr quando ele ainda era jovem. Talvez exista uma ligação aí, outro caminho por onde a história de nosso xamã possa avançar...
O que vem por aí?
Pretendemos lançar Udyr em 2022, então devemos publicar o próximo Blog do Desenvolvedor por volta do final do ano, assim que entrarmos em produção total. Enquanto isso, gostaríamos muito de saber: o que mais empolgou vocês? O que gostariam de ver mais? Algo não está fiel ao Udyr? Vamos ler todas as ideias e feedbacks, e queremos a ajuda de vocês para criar o melhor guerreiro-animal-xamã-artista-marcial-monge possível.