Reinos de Runeterra: O Trabalho do Jubileu
Entre as muitas histórias que povoam o mundo de Runeterra, algumas se destacam. Escolhemos algumas dessas para apresentar a você um pouco do que pode ser encontrado no livro.
Abaixo, leia o início de um conto sobre o contraste entre e a miséria e a tecnologia impressionante das cidades de P &Z, e sobre uma certa data comemorativa.
O TRABALHO DO JUBILEU
IAN ST. MARTIN
Foi na noite do Jubileu, com toda a cidade subterrânea envolvida nos preparativos, que a sorte de Nikola finalmente acabou.
O plano era bom, na verdade. Ele se preparou bem, examinando e observando o local escolhido ao longo dos dois dias anteriores. Naquele momento, ele já tinha rastreado a rotina dos habitantes, definido o caminho e descoberto como seria a área interna do lugar que guardava o butim.
Ele achava que conseguiria uma soma considerável. O suficiente para quitar dívidas com credores nada amistosos e ainda sobrariam uns trocados para pendurar as gazuas durante um tempo no Entressol, onde poderia dormir com os dois olhos fechados sem receber uma punhalada no meio das costelas.
Melhor ainda, o prédio não tinha nenhuma marca ou ícone de sindicatos. Nikola sabia que ninguém se metia com os barões químicos, a menos que tivesse como projeto de vida morrer lentamente dissolvido em um poço cáustico no Sumidouro. Tudo indicava que o butim de Nikola estava em um armazém pequeno e independente, que fazia papel de intermediário para as muitas mercadorias que chegavam por via marítima e depois seguiam para os novos donos, acima e além da cidade subterrânea.
Nikola esperou até que todos estivessem completamente absortos com os preparativos para as comemorações e, com uma dose extra de coragem vinda da barriga cada vez mais vazia, entrou.
Menos de um minuto depois, Nikola percebeu seu erro. Foi o único, mas bastou para lançar seus planos ao fogo e colocar seus pulsos em grilhões. De fora, não havia qualquer sinal de quem seria o dono do estabelecimento. Lá dentro, no entanto, ficou ostensivamente claro.
Um minuto depois de Nikola passar pela porta, uma mão poderosa pesou sobre seu ombro e o botou para dormir. Em pouco tempo, ele veria aonde sua falta de sorte o levara.
Um som arranhado e abafado o acordou, eram suas botas se batendo e se arrastando nas placas do revestimento do chão. A cabeça latejava e, a cada piscada, sentia uma onda de dor se propagando pelo crânio, enquanto lutava para se orientar. Estava em outro lugar: já não ouvia mais os sons do distrito dos armazéns, mas o rugido enfadonho de uma fábrica.
As mãos que o seguravam não eram mãos, mas garras de metal dotadas de mecanismos. Ruídos secos de passos o ladeavam, reflexos das botas pesadas de metal quimtec brilhante e do movimento do resto de carne que ainda guardavam. Um dos captores de Nikola ainda tinha rosto humano, rude e marcado por um oco onde antes havia um nariz. O outro usava um elmo que lembrava um minotauro, com mechas grisalhas saindo de uma coroa feita de canos de exaustão que pareciam chifres atrás da cabeça.
Sem cerimônia, jogaram Nikola ao chão, produzindo mais dor fresquinha para o corpo já surrado. Ele olhou rapidamente em torno e viu uma câmara ampla de opulência letal, meio cobertura de luxo, meio esconderijo de líder da gangue. O lugar era encimado por um teto de vidro verde-garrafa, que oferecia uma vista de Zaun se espalhando pelas paredes e pelo sopé do cânion, berrante e mortal e viva.
O jorro das labaredas da torre de uma fundição próxima inundava o local de luz, transformando o cenário diante dele em desespero.
Finalmente, a mente de Nikola clareou e seus olhos viram quem tinha a vida dele nas mãos. Mãos brilhantes e prateadas.
O coração de Nikola gelou.
“Ah, não, acaba logo comigo!”
“Ora, ora, ora”, disse uma voz, refinada como um desenho artístico feito ao longo de uma lâmina. “E que diversão eu teria?”
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